sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Para minha vó com carinho...

Hoje tenho um post difícil para fazer...

Estou postando meus trabalhos em ordem cronológica, e eu não sabia que este chegaria tão rápido.

Minhas avós foram sempre muito presentes em minha vida, a dona Cida e a dona Doracy. A vó Cida perdi em 2004, ela era um amor, delicada, morava ao lado da minha casa e com ela aprendi vários bolinhos e coisas de comidinhas que fazia e usava ela de cobaia...rs

Lembro que ela tinha uma máquina de costura, mas não aprendi nada deste tipo de coisa com ela, mas aprendi a ser doce com que gosto e a fechar a cara e lutar com unhas e dentes quando mexem com quem eu gosto.

A vó Doracy sempre foi mais atirada, mais doidinha mesmo. Fazia sucesso com as minhas amigas da escola porque falava muita bobagem. Foi uma mulher fantástica, batalhou e sempre se sustentou, nunca dependeu de ninguém, costurou muitas roupas para mim e para as minhas bonecas, cortava meu cabelo, fazia minha sobrancelha...rs

As duas tinham um amor que não tinha como medir, tudo era muito querido vindo delas.

Mas na minha fase adulta me aproximei muito da vó Doracy, ela é uma das pessoas que mais visitou e pernoitou em minha casa, eu procurava ajudá-la com os remédios, com os médicos, fazia tudo o que estava ao meu alcance para ajudá-la, e ela sempre retribuiu, sempre me ajudou em tudo e nunca me negou nada!

Nos últimos meses da minha vó ela ficou muito debilitada, e foi a primeira vez que ela começou a depender dos outros para alguma coisa, e é por isso que agradeço a Deus por tê-la levado antes que ela se tornasse completamente dependente de nós.

Mais ou menos umas duas semanas antes dela falecer fui visitá-la no hospital, ela acreditava muito em Deus e há algum tempo me falou que tinha esquecido a oração do Anjo da Guarda. Como eu queria fazer um quadrinho para colocar no quarto, bordei a oração, mas como achei que demoraria para a moldura, eu fiz uma almofadinha para ela, toda costurada a mão.

Corri para bordar, passei na frente das coisas que estava bordando, porque no fundo a gente sabe, sente, sei lá, mas a gente sabe que está chegando a hora.

Fiz com o maior carinho do mundo e levei em uma visita, e como ela ficou contente!!! Parecia uma criança com um brinquedo novo!! Mostrou para os médicos, para as enfermeiras, dizia que eu tinha puxado a ela, que era caprichosa, enfim, o presente maior fui eu que ganhei, pois a alegria dela era uma delícia de ver.

Ela gostava de dormir com um paninho na cabeça, sempre foi assim, normalmente um lençol, e ela estava chateada porque não tinha no hospital (que era público), ai ela disse que iria dormir com a almofadinha... foi lindo mesmo de ver.

Ela saiu na semana seguinte, voltou uma semana depois, as coisas se complicaram e numa tarde de quinta-feira falei com ao telefone, parecia um pouco melhor, lembro que eu disse "Eu te amo" pra ela. Na noite ela piorou, na manhã seguinte ela já estava por conta dos aparelhos e na noite de 6 de abril ela veio a falecer...

Eu ainda não acredito em tudo isso... E todo dia quando lembro que é verdade eu penso: "Putz que merd...", dá uma tristeza, um desgosto... Mas aí eu tento lembrar das coisas boas, dos bons momentos... É muito difícil...

A almofadinha voltou para a minha casa com a promessa de enfeitar o quarto dos bisnetos dela, e dói saber que não vou poder contar pra ela quando isso acontecer... Mas pelo menos ela já deve até conhecer os bisnetinhos lá no céu e com certeza estará perto de mim sempre que eu precisar...

Te amo vó Doracy, a saudade é realmente eterna...

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